domingo, 3 de agosto de 2014

A pessoa errada



Pensando bem, em tudo o que a gente vê, e vivencia, e ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente. Existe uma pessoa, que se você for parar pra pensar, é na verdade, a pessoa errada. Porque a pessoa certa faz tudo certinho: chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas.Mas nem sempre precisamos das coisas certas. Aí é a hora de procurar a pessoa errada. A pessoa errada te faz perder a cabeça, fazer loucuras, perder a hora, morrer de amor. A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar, que é para na hora que vocês se encontrarem a entrega seja muito mais verdadeira.A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa. Essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai estar enxugando suas lagrimas, essa pessoa vai tirar seu sono, mas vai te dar em troca uma inesquecível noite de amor. Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado, mas vai estar toda a vida esperando você.A pessoa errada tem que aparecer para todo mundo, porque a vida não é certa, nada aqui é certo. O certo mesmo é que temos que viver cada momento, cada segundo amando, sorrindo, chorando, pensando, agindo, querendo e conseguindo. Só assim, é possível chegar aquele momento do dia em que a gente diz: "Graças a Deus, deu tudo certo!", quando na verdade, tudo o que Ele quer, é que a gente encontre a pessoa errada, Para que as coisas comecem a realmente funcionar direito prá gente.
Nossa missão: Compreender o universo de cada ser humano, respeitar as diferenças, brindar as descobertas, buscar a evolução.

Luis Fernando Veríssimo

Ela venceu (n)o amor


Ela sempre foi demais para ele. De verdade. Não pela beleza, embora ela fosse verdadeiramente linda. Mas é que ela nunca se vendeu pro carrão dele, nem para os bíceps do “projeto verão” que ele cultivava com um cuidado repugnante. Ela jamais se vendeu como as moças que se atraíam pela superficialidade dele. Ela enxergou além, ela se apaixonou pelas qualidades que ele não tinha.
Ela se orgulhava de ter sido escolhida pelo cara mais cobiçado do bairro. Ela sorria diante das declarações de amor recheadas de falsidade e de erros de gramática, ela se sentia especial. Ela se sentia em um conto de fadas e ele não conseguia ser sequer um sapo. Mas, coitada, a paixão tem dessas coisas.
Era triste ver uns olhos tão cheios de verdade imersos na superficialidade de um príncipe metido e de pau, provavelmente, muito pequeno – e digo príncipe no pior dos sentidos que pode ser atribuído à palavra.
Ele saía nas noites de sexta rodeado de biscates, mas ela se contentava com as segundas-feiras em sua companhia. Ela não via o quanto ela merecia mais. Ela era tão mulher pra aquele menino que nunca virou homem. Ela tinha um sorriso tão largo, mas toda aquela falta de amor quase o apagou. Quase.
Ela esqueceu. Doeu, e provavelmente ela pensou que não suportaria. Porque, você sabe, dói mesmo. Mesmo quando a gente sabe que não tem que ser, dói. Mas passa. E pra ela passou. Ninguém lia a sua dor no seu olhar – por que ele jamais perdeu o brilho. Ela guardou aquela dor tão bem guardada que, num belo dia, nem mesmo ela a encontrou.
Ela continuou tão linda e tão mulher que me inspirou a escrever esse texto – e olha que ela nem sabe. Ela amou um idiota – mas, quem nunca? O importante é que ela não deixou que ele levasse nenhum pedacinho dela embora. Ele veio e passou, como uma tempestade que ensina a gente a ser mais forte.
Está mais linda do que nunca. Linda, viajada e bem amada. E o melhor disso tudo é que ela não faz questão de mostrar isso pra ele e nem pra ninguém – mas essas coisas a gente percebe no olhar, né? Quem a via de mãos dadas com um cara tão desprezível não imaginava que ela fosse tão mulher, mas ela provou que é.
Ele continua com as piores companhias possíveis. Sorrindo superficialmente, amando superficialmente, vivendo superficialmente. Até ele entendeu que não merecia tanto
Ela não se boicotou, enxugou as lágrimas e tratou de ser feliz como merecia. Foi em frente, de forma leve. Por que, além do que seus olhos poderiam ver naquele momento, havia algo – e alguém – melhor. E ela sabia. Por isso, ela venceu. Ela passou e deixou marcas, porque uma mulher de verdade sempre marca. E ele… Bem, ele só passou.

domingo, 27 de julho de 2014

Numa tarde fria...


Uma tarde fria, tranquila em que soa o vento, os pássaros cantam, mas ela não ouve aquela linda sinfonia. Um olhar distante, respiração calma, parecia serenidade mas ela esta apenas ali alheia a tudo ao seu redor… Perdida em seus pensamentos. Analisando cada dia, cada detalhe até mesmo aqueles que nem ela poderia perceber quando entrava de cabeça em sua ansiedade. Demorou, foi difícil até que ela entendesse que nada que tivesse feito poderia mudar o curso das coisas. Depois de tanta insistir, tentar, recomeçar, fazer diferente, erra uma vez, duas, três vezes até finalmente compreender que tudo, absolutamente tudo tem um tempo para acontecer. Em meio a tantos sentimentos e emoções o que poderia ela fazer? Era tudo tão desconhecido… Aqueles instantes que pareciam eternos em seu coração batia descompassado, as pernas tremiam como se não pudesse ficar em pé, as mãos suadas e trêmulas, respiração difícil e tudo isso porque eles estava ali cada vez mais perto. E mesmo sem saber naquele momento ela conhecia o amor… A partir daqueles dias sua vida não seria mais a mesma, quem sabe ela teria encontrado alguém que faria sua vida mudar completamente. Os olhos se encontraram e os corpos se buscavam e momentos de cumplicidade e amor começavam. Mas sempre algo os separava e cada um seguia o seu rumo, seus desejos, seus planos, e reencontros aconteciam, assim como os desencontros. Em meio a uma lágrima e outra provinda de expectativas criadas por ela mesma, ela sabia que apesar de tudo, ali havia algo mais forte, forte o bastante para que ninguém compreendesse suas atitudes. As dores no peito e as lágrimas eram esquecidas a cada novo beijo e assim se seguiam os dias meses e até mesmo anos. Hoje nessa tarde fria ela ali parada revivendo cada momento de nada se arrependeria porque não há nada que a faça pensar que tenha perdido tempo quando se amou alguém de verdade.